Capitão Jailson recebe diploma de curso em Minas
Quebrar paradigmas, conversar com a comunidade, usar as mídias sociais em benefício de todos e fomentar a mobilização social para identificar os problemas dos bairros. Estas são as metas do capitão da Polícia Militar, Jailson Santos de Araújo, comandante da 4ª Companhia do 8º Batalhão de Polícia Comunitária, para os municípios de Barra dos Coqueiros e Santo Amaro das Brotas, cujo policiamento é de sua responsabilidade. Pós-graduado em Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), capitão Jailson participou, recentemente da primeira edição do Curso Multiplicador de Polícia Comunitária – Sistema Koban (japonês), em Belo Horizonte (MG). Ele foi o único oficial sergipano a participar desse evento.
Segundo ele, o curso o fez perceber que os órgãos de Segurança Pública precisam se reinventar, criar novos modelos de atendimento para atingir seu destinatário final, o cidadão. Para isso, tais órgãos necessitam conhecer os problemas que afligem determinada comunidade, mas somente ficarão a par disso com aproximação. “Por isso, a filosofia de Polícia Comunitária se mostra uma estratégia eficiente porque mobiliza as pessoas para cuidarem do espaço onde moram. E a fixação do policial em determinado bairro, faz com que o morador o conheça, e por sua vez, o policial conheça a dinâmica e a rotina desses moradores, agindo rapidamente caso alguma coisa de anormal seja detectado por ele durante o patrulhamento”, explicou.
Além disso, observa o capitão que comanda 68 pessoas, as redes sociais devem ser usadas em benefício de todos, a exemplo do aplicativo Whats App, como ele viu em Minas Gerais durante o curso. “Criamos um grupo da Atalaia Nova, um no Jatobá e outros para os povoados’, explicou o capitão Jailson. Ele assegura que o Whats App é uma ferramenta interessante se bem utilizada. “Entrevistei um morador em Minas, dono de um açougue, e ele me confidenciou que saiu do grupo porque algumas pessoas mandavam coraçõezinhos, essas coisas”, afirmou.
Claro que teremos que adequar a realidade brasileira, com seus aspectos culturais, econômicos antropológicos e sociais. “Para finalizar, gostaria de informar que o atual modelo de patrulhamento, em que o policial passa correndo no carro é herança do modelo americano. O que pretendemos seria conjugar novas alternativas as já existentes e aperfeiçoar nosso portfólio de atendimento. E o modelo que convida a comunidade a resolver seus problemas que repito, muitos deles são de menor potencial ofensivo, a promover bem-estar a população, é a filosofia de Polícia Comunitária”, explicou.
O modelo de Polícia Comunitária, na visão do oficial, aproxima a comunidade dos órgãos de segurança. Além disso, mais de 90% das ocorrências são de menor potencial ofensivo, a exemplo das desordens morais, físicas, medo do crime. A perturbação do sossego (som alto) que é intensa, principalmente nos finais de semana, assim como a degradação dos espaços públicos, praças mal iluminadas, ausência espaços de convivência para jovens são problemas recorrentes.
Estudioso, o capitão Jailson citou o escritor Robert Wadman, autor do livro Policiamento Comunitário: como começar, onde ele diz que “policiamento comunitário é uma maneira inovadora e mais poderosa de concentrar as energias e os talentos do departamento policial na direção das condições que frequentemente dão origem ao crime e a repetidas chamadas por auxílio local”.
O sistema koban é um modelo de posto policial japonês, que remonta ao século XIX. É a base física da estrutura de polícia comunitária no Japão, adotado por diversos países, entre eles Estados Unidos, Taiwan, Brasil e Coréia do Sul.
Nestes pequenos postos urbanos, trabalham entre três a quatro oficiais de polícia, que agem preventivamente aconselhando a comunidade local sobre criminalidade, visitando domicílios habitados por pessoas que carecem de atenção especial e formatando reuniões com os mais velhos e as lideranças da comunidade.
Fonte: Só Sergipe